O que realmente querem os principais grupos de interesse da sociedade brasileira.
- P: O que a indústria quer?
- R: Pagar menos impostos e juros baixos.
- P: O que o consumidor brasileiro quer?
- R: Pagar mais barato nos bens e serviços de qualidade, além de melhorar a qualidade da educação, saúde, segurança e transporte.
- P: O que a sociedade estrangeira – sobretudo Europa – quer?
- R: Produtos sustentáveis e mais amigáveis ao meio ambiente. Deixem a Amazônia de pé, pois já destruímos as nossas florestas! Na verdade, eles também querem um motivo para proteger a agricultura e indústria local.
- P: O que parte dos desenvolvimentistas querem?
- R: Câmbio desvalorizado e juros baixos, os quais são impossíveis de se conseguir simultaneamente no atual modelo (tripé) de gestão da inflação.
- P: E a outra parte dos desenvolvimentistas?
- R: Salários maiores (aumento real do salário-mínimo) e gastos sociais.
- P: O que o governo quer?
- R: Inflação e desemprego baixos. O objetivo principal é a reeleição e sobrevivência no poder. Quanto às políticas públicas (e industriais) o objetivo é gastar o mínimo possível para atingir tal objetivo.
- P: O que os economistas liberais – grupo oposto aos desenvolvimentistas – querem?
- R: Ajuste fiscal, abertura comercial ampla e sem contrapartida, e melhorar a qualidade da educação.
- P: O que o agronegócio quer?
- R: Crédito subsidiado farto. Queimar as florestas e se apropriar da terra para plantar mais soja/milho/algodão. Legislação fitossanitária fraca para aumentar a produtividade com mais químicos proibidos em outros países.
- P: O que o setor financeiro quer?
- R: Aprimoramentos pontuais, como Estado cada vez mais fraco. Estamos ganhando esse jogo de lavada há duas décadas e até botamos os bancos estrangeiros para correr.
- P: O que a “burguesia” quer?
- R: Status quo. Juros altos. Não me venha com esse papo de reforma agrária e bolsa família.
O Brasil é muito desigual e heterogêneo por vários ângulos. Claro que há mais interesses em jogo.
Em síntese, os interesses são heterogêneos e muitas vezes conflitantes. Há sinergias entre eles, mas não tantas para garantir governabilidade e crescimento continuado.
No longo prazo, a inovação ou progresso tecnológico é a chave do crescimento. Mas os grupos de interesse querem algum tipo de exigência sem oferecer contrapartida. Isso é um nó que exigirá bastante negociação política, mas também popular. Por enquanto, os lobbies mais fortes estão se beneficiando.