Marolinha de 2009 x Tsunami de 2020: PIB mundial desaba

PIB Mundial e do Brasil em 2009 e 2020 - FMI, Paulo Morceiro, Blog Valor Adicionado

A Crise Internacional de 2009 foi uma marolinha para o Brasil e o Mundo. Mas a Crise atual – O Grande Lockdown como definiu o FMI – é de outra proporção ao atingir severamente todos os países do planeta. FMI estimou que a renda per capita vai diminuir no mínimo em 170 países neste ano. Esta sim é uma crise universal.

Para o Brasil o FMI estima queda no PIB de -5,3%, bem superior a da economia mundial de -3,0%.

O tamanho da catástrofe dependerá da duração do lockdown, necessário para não colapsar o sistema de saúde, e na atuação sincronizada dos Governos Nacionais.

A depender do andamento, será a maior crise do Capitalismo. Para o Brasil, já é a maior de todas as crises.

A crise atual é uma junção de múltiplas crises – sanitária, financeira, turismo, e colapso nos preços das commodities – que juntas formam uma bola de neve gigante capaz de derrubar o PIB mundial e desempregar uma parcela substantiva da força de trabalho superior a 10 pontos percentuais.

O FMI chama menciona que a magnitude, incerteza e velocidade do colapso são de proporções nunca visto antes.

O cenário base do FMI projeta queda no PIB de -3,0% em 2020. São 6,3p.p. menor que a projeção divulgada em janeiro/2020. 

Isto se as quarentenas e medidas de contenção atingirem o pico no segundo trimestre deste ano. Se elas avançarem até o segundo semestre de 2020 – situação mais provável – a queda do PIB mundial pode atingir -6,0% e o PIB do Brasil pode recuar mais de -10,0%. Será uma catástrofe com quebradeira de empresas e setores produtivos inteiros.

As nações avançadas serão as mais impactadas, principalmente os países europeus e os EUA. Dos países grandes, apenas China e Índia terão crescimento positivo, projeto o FMI.

Provavelmente, os países onde terá terra arrasada serão aqueles da dependentes do turismo da América Central. Economias diversificadas poderão se proteger melhor dos riscos, mas também serão duramente impactadas. Para atenuar o impacto, o FMI defende algumas ações.

Veja abaixo algumas medidas excepcionais que o FMI defende

“Achatar a curva de propagação da COVID-19 com medidas de fechamento total, o chamado lockdown, permite aos sistemas de saúde lidar com a doença, o que então possibilitará uma retomada da atividade econômica. Nesse sentido, não existe dilema entre salvar vidas e salvar meios de subsistência. Os países deveriam continuar a gastar o que for necessário com seus sistemas de saúde, testar amplamente a população e abster-se de restrições ao comércio de suprimentos médicos. Um esforço global deve assegurar que, quando forem desenvolvidas terapias e vacinas, todas as nações, sejam elas ricas ou pobres, tenham acesso imediato a elas.”

“Enquanto a economia estiver paralisada, as autoridades precisarão zelar para que as pessoas consigam suprir suas necessidades e para que as empresas possam retomar suas atividades assim que as fases agudas da pandemia tenham sido superadas. As políticas fiscais, monetárias e financeiras de grande envergadura e bem direcionadas tomadas na hora certa pelas autoridades de muitos países – na forma de garantias de crédito, linhas de liquidez, flexibilização dos prazos dos empréstimos, ampliação do seguro-desemprego, reforço dos benefícios e desonerações fiscais – têm sido a salvação de famílias e empresas. Esse apoio deve ser mantido durante toda a fase de contenção para minimizar as cicatrizes persistentes que poderiam surgir com a redução do investimento e a perda de postos de trabalho nesta grave retração.”

“As autoridades também devem planejar a retomada. Assim que as medidas de contenção forem abolidas, as políticas devem passar rapidamente para o apoio à demanda, o incentivo à contratação pelas empresas e a reconstrução dos balanços dos setores público e privado para ajudar na recuperação. Um estímulo fiscal coordenado entre países com espaço fiscal ampliará os ganhos para todas as economias. A moratória sobre os pagamentos da dívida e a reestruturação da dívida talvez precisem ser mantidas durante a fase de recuperação.”

Abaixo seguem algumas figuras do FMI divulgadas hoje pela economista-chefe da instituição.

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